5 maneiras de identificar se uma escola é realmente bilíngue

  

Atualmente, na área da Educação, a expressão educação bilíngue está em alta e, infelizmente, muitas escolas utilizam o termo inadequadamente por desconhecimento ou tática de marketing, afinal, qual é o pai que não gostaria de ter um filho fluente em dois idiomas?

Entretanto, não basta uma escola intitular-se bilíngue para, de fato, ser. Como atualmente não existe uma legislação específica que determine se uma escola é bilíngue, é importante que pais estejam cientes sobre como identificar se a escola se enquadra na definição.

1- Não basta escolas aumentarem a carga horária.
O ensino bilíngue consiste no ensino EM um segundo idioma e não DE um idioma, em diferentes graus de imersão. Ou seja, não basta a escola ter aulas de inglês todos os dias da semana para considerar-se bilíngue.

2- Não há tradução em educação bilíngue.
Quem faz tradução são cursos de idioma ou aulas de idiomas dentro de uma escola tradicional. Se seu filho demonstrar sempre que aprendeu que apple é maçã, que car é carro e que tree é árvore, pode tratar-se de um sinal de alerta. Em uma aula bilíngue, mesmo que as crianças que estejam em processo inicial de aprendizado perguntem à professora ou professor “mas o que é apple?”, o professor nunca responderá “maçã”. Ele poderá mostrar uma maçã e dizer: “This is an apple!” ou então “Apple is a delicious red fruit every child loves!”

3- A formação dos professores é diferenciada.
Outros fatores que os pais devem analisar são o currículo e a experiência dos professores. Em qualquer profissão isso é importante, mas escolas bilíngues sérias, além de recrutarem profissionais capacitados e experientes, investem na carreira de seus funcionários, com cursos de especialização, palestras e participação em convenções para atualização e aprimoramento no nível do ensino.
Professores bilíngues geralmente têm vivência no exterior, podem ou não ser nativos, mas são profissionais atualizados, que possuem não somente fluência no idioma, mas amplo conhecimento nas características sócio-culturais do país origem do idioma, conforme já mencionei aqui.

4- Não somente aulas são em Inglês, mas o ambiente como um todo.
Os melhores resultados na educação bilíngue são vistos quando instituições transformam a escola em um ambiente bilíngue, ou seja, não importa qual o nível de imersão utilizado, perguntas e respostas entre alunos e professores são feitas em inglês.
Inclusive quando professores conversam com pais, geralmente eles perguntam se os pais falam inglês e, caso a resposta seja positiva, as conversas também são em inglês.

Apesar de não ser uma regra, quando a própria equipe conversa em inglês entre si – e não somente na frente dos alunos – o processo de aprendizado é melhorado e o nível da qualidade do inglês dos professores aumenta. A regra é simples: quanto maior a utilização do idioma, melhor será sua qualidade.

5- Escolas são transparentes e não escondem seus métodos.
Geralmente as escolas genuinamente bilíngues oferecem um tour aos pais para averiguarem os itens citados acima, desta forma, em uma visita pela instituição é possível ver como as crianças conversam entre si, como funcionários conversam entre si e se os professores utilizam um nível mínimo de imersão.
Caso esta iniciativa não parta da escola, cabe aos pais solicitarem esta visita de observação e também buscar referências externas, como avaliações na Internet, opiniões de outros pais que tenham alunos na escola e conversas com crianças que estudem há alguns anos na escola. Crianças com um ou dois anos de estudo em escola bilíngue, mesmo que tenham apenas três anos de idade, já despertam espanto em adultos pela fluência com que falam neste segundo idioma.
Afinal, nenhuma propaganda fala mais alto que uma criança bilíngue.

Texto adaptado da Autora: Letícia Pimentel